Peso em excesso: obesidade.

As cadeiras não são adaptadas, as roupas que gostam geralmente não têm o tamanho que usam, ao procurar os médicos o principal fator de risco está sempre atrelado ao excesso de peso. No mundo contemporâneo a obesidade é capaz de reduzir a expectativa de vida na mesma proporção que o tabagismo segundo a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), com sede em Paris. 


O estudo da OCDE também alerta para o crescente fenômeno do excesso de peso entre as crianças. Nos Estados Unidos e na Escócia esse problema é mais grave – atinge 35% da população entre 6 e 17 anos. No Brasil, segundo dados de 2002 citados no estudo, 22% das crianças entre 7 e 10 estão acima do peso ideal. 

Não se come apenas pela necessidade, mas também pelo prazer. E quais os prazeres somos capazes de nos proporcionar? Quantos prazeres você já teve hoje? Não costumamos refletir sobre estas questões. E principalmente o que é um prazer para você? Tomar um banho de mar ou um banho quente? Ir ao salão de beleza ou acampar? Há tantas possibilidades! Mas ao mesmo tempo há tanta cobrança interna, tantas contas... precisamos produzir, adquirir a casa própria e o carro zero. Estes são os sonhos de todos e quais os seus verdadeiros sonhos? 

Compreendendo a obesidade mórbida como uma doença multifatorial que envolve componentes genéticos, comportamentais, psicológicos, sociais, metabólicos e endócrinos (Björntorp, 2003) e por isso deve ser tratada por uma equipe multidisciplinar. Assim explorar-se-á questões de aspectos unicamente psicológicos.

Esconder-se atrás dos sonhos de outras pessoas frustra a qualquer um, e assim como não resolver um mal entendido também? Colecionar frustrações pode ser um péssimo hábito para pessoas que se submetem a ter uma vida, geralmente sem muita expressão de si mesmo. É primordial dar vazão a si, realizar-se como profissional, na vida afetiva, fisicamente, na família, na cama, com os amigos... pode ser uma tarefa difícil nos dias de hoje. Então, quais os prazeres que temos mesmo, comer... e comer é tão gostoso!

Nete sentido de aspectos psicológicos, comer concretiza a busca fácil e imediata pelo prazer! Afinal, planejar e concretizar tudo aquilo que queremos ou sonhamos às vezes é muito difícil e dá trabalho, como dá! Há pessoas que adotam o café, o chocolate, e tantos outros tipos de alimentos, principalmente os rápidos, os fast foods. Há outras pessoas que preferem o sexo, o jogo e outros tipos, mas o mecanismo de fundo é sempre o mesmo, a ansiedade.

Especialmente a obesidade quando se chega a uma certa idade da vida ou por se olhar no espelho e/ou por problemas de saúde se pensar “preciso emagrecer e urgente”. Mas qual a fórmula mágica e saudável para se conseguir esta proeza de modo saudável além da alimentação equilibrada e exercícios físicos? Em minha opinião nenhuma outra forma. A operação deve ser sempre o último recurso, pois se trata de um método agressivo e invasivo.

Os hábitos alimentares falam muito sobre o indivíduo e sua forma de vida, assim como as motivações, frustrações e outras razões de se comportar também desvelam formas do sujeito estar no mundo e  estas são tão fundamentais para a psicoterapia. Explorar os padrões comportamentais do indivíduo são meios para pôr em questão fatos e crenças afim de resigná-las. A atuação do psicólogo é muito maior do que avaliar o estado emocional do paciente para uma cirurgia de redução de estômago, por exemplo, é avaliar e auxiliar na cognição, na compreensão dos aspectos decorrentes do pré e pós-cirúrgico, mas principalmente percorrer um percurso de encontro com os próprios desejos e sonhos e da superação de frustrações. Até porquê nem todas as pessoas têm o perfil para tal. 

Ética e responsabilidade profissional precisam estar juntas neste processo de avaliação e que pode ainda ser um encontro do sujeito para com seu reais desejos e anseios, independente do parecer favorável ou não.

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