Perseguição stalking

Imagine-se em um constante estado de frenesi, tomado por uma sensação de prazer constante por ter encontrado uma pessoa que sempre foi idealizada, a pessoa certa e especial que irá suprir e retribuir todas as suas carências afetivas e sexuais. Embora você não a/o conheça, mas ainda assim, você ousa arriscar uma aproximação. Contos de fada, não?

Mas... e se este desejo fosse unilateral, sem qualquer retribuição, e a partir de então, pensa em muitas formas, loucuras e estratégias para uma interação forçada, para estar perto deste ser tão desejado... está deixando de ser lindo, já né?

Pois é, agora imagine-se procurando este ser em cada esquina, já que o nome desta idealização e projeção está gravada como um selo em seus pensamentos por obsessão e você já não tem forças para seguir com sua rotina e tarefas como antes, mesmo após recusas e desdém literalmente a pessoa tão amada e desejada não lhe quer nem pintado de ouro... agora sim, ficou feio né? Mas ainda assim, a perseguição continua através de telefonemas, SMS, acessar constantemente o facebook, Whatsapp, Linkdin, e tantas outras formas de redes sociais, criar outros perfis falsos na intenção doentia de forçar um contato....  Identificou-se ou identificou alguém?

O nome deste tipo de comportamento é definido como stalking (perseguição) Originário do verbo inglês "to stalk", tem como significado literal "atacar à espreita", “Stalker” se refere ao perseguidor e a vítima é a pessoa perseguida. Um fenômeno também conhecido como síndrome do molestador, e o tema tem sido muito discutido por psiquiatras, psicólogos e juristas.

A vítima pode ser desde um artista famoso à um vizinho... nutridos por mecanismos inconscientes do "Stalker”, um mecanismo de defesa chamado projeção, em que se projeta na vítima desejos e particularidades de perfeição e sentimentos de possuir a vítima a qualquer custo... um sofrimento que oscila com momentos de frenesi, amor e ódio, para com amor platônico em meio a raiva, agressividade, solidão e inaptidão social, baixa tolerância à frustração, podendo ser classificado também como patologia do apego.

Para o “stalker” o flerte, a aventura aumentam, como um estado de euforia ou de hipomania, com pensamentos obsessivos que oscilam entre o prazer da conquista, e delírios quando o "stalker" chega a perder à crítica e a noção do limite.

Estima-se que muitas pessoas em algum momento da vida, já tenha sido incomodada por um "stalker". Os mecanismos que levam o sujeito a perseguir ainda não são muito claros, mas existem estudos empíricos apontando para a incapacidade de lidar com as perdas da infância e da idade adulta. O que se sabe é que, diante de uma recusa da parte da vítima, aumenta a necessidade do desejo de proximidade do "stalker", o qual passa a desenvolver estratégias repetidas e indesejáveis só para manter contato: suas ações em geral são exageradas (telefonemas, mensagens numerosas e incansáveis, busca por redes sociais, envio de presentes anônimos - ou não - pelos correios, dentre outras, e até mesmo perseguição literal, seguindo a vítima ao trabalho, até a casa, etc.), e fazem com que a vítima sinta medo, angústias dada a invasão de privacidade. Comportamentos que beiram ou chegam a configurar um assédio moral e sexual.

As formas como o perseguidor busca atenção são complexas, e para o “stalker” pouco importa se suas atitudes possam vir a ser molestadoras ou ilícitas. Partindo dessa complexidade, as manifestações podem até ser consideradas agradáveis para o senso comum (mandar flores, presentes etc). Porém, o limite entre o que é aceitável ou não, é justamente a determinação insistente por parte do “stalker”, sem considerar os interesses da vítima.

Embora não exista um perfil psicológico pré-definido para o “stalker”, pesquisadores identificaram cinco padrões comportamentais diferentes: o ressentido ou invejoso, o carente de afeto, o cortejador incompetente, o rejeitado e o predador. Porém, os rejeitados (típico amante abandonado) seja a categoria mais comum.

Contudo, o apoio psicológico para o "stalker" requer também o acompanhamento psiquiátrico, na intenção de uma intervenção medicamentosa que abarque e interfira nos pensamentos obsessivos e para a diminuição e controle de comportamentos de perseguição. Para os "stalkers", o tratamento poderá ser eficaz se os profissionais entenderem as motivações e os distúrbios que os conduzem à perseguição.

É importante também atentar à necessidade de atendimento e apoio psicológico às vítimas, que após uma experiência como essa, geralmente apresentam quadros de depressão ou estresse pós-traumático, o que repercute negativamente em suas vidas social e profissional.
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