Psicologia e obesidade
O humano é um ser insatisfeito, cheio
de dúvidas, que tenta alcançar o controle sobre os eventos e situações que ocorrem
em sua vida. Assim, formula e atribui significados à questões silenciosas,
abstratas de problemas e situações do cotidiano de cada um. Estes significados tomam
formas diferenciadas, condutas e respostas diferentes para muitas questões, e
se tornam concretas, tomam corpo, se mostram pelo corpo, pela decisão.
Interrogando um dos aspectos do corpo, pondo
em cheque a obesidade, vários caminhos são possíveis ao se questionar, “Você tem fome de quê?”. Tal como diz a música, esta é uma interrogação genuína e de primária
necessidade: a fome.
O vínculo entre obesidade e
distúrbio emocional é mencionado na Medicina no século XIX, na literatura
francesa, atribuindo-se o desenvolvimento da obesidade a períodos de grande
estresse emocional em que se atribuía a palavra kummerspeck, que queria dizer ‘gordo de tristeza’. Hoje a obesidade
é considerada uma epidemia.
As pressões externas ao homem
geram, em algumas pessoas, um aumento de ansiedade e por um comportamento desadaptativo (coping) ao invés de haver um
investimento de energia para lidar e resolver com o evento que gera a angustia
e a ansiedade, busca-se um prazer oral e primário como fuga, a comida.
By Aaron Kaufman
Montreal, Quebec, Canadá |
Assim a psicoterapia tem uma
função primordial e de extrema importância na intenção de desconstruir crenças e
significados, na intenção de permitir ao sujeito o ato de ressignificar, de
atribuir novos significados a eventos que geram angústias e desconstruir
comportamentos e hábitos que há tempos interferem na saúde e na qualidade de
vida das pessoas que estão engordando cada vez mais ou que já se encontram
obesas.
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